Centenário de Alphonsus de Guimaraens
Neste ano de 2021 lembramos o centenário da morte do poeta Alphonsus de Guimaraens. Ele nasceu em Ouro Preto em 1870 e faleceu em Mariana em 1921. Batizado Afonso Henriques da Costa Guimarães, apaixonou-se aos 17 anos pela prima Constança, filha do romancista Bernardo Guimarães. O namoro virou logo noivado para dar esperança diante da enfermidade da moça, mas não pôde contra a implacável tuberculose. O falecimento da amada, marcou assim, por toda a vida, a trajetória poética de Alphonsus.
A lembrança de Constança, identificada com a imagem desmaterializada da virgem-santa, domina a estética simbolista, mística e musical de seus poemas. Seus versos, ambientados nas históricas cidades mineiras em que viveu, são misteriosos, enluarados e medievais. Inspirado por Verlaine e outros poetas franceses, esquecido pela crítica parnasiana de seu tempo, o solitário de Mariana escreveu livros como Dona Mística e Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte.
Em sua obra há poemas antológicos como: “A Catedral” e “Ismália”. Traduziu Heine e, em língua francesa, escreveu ainda sua “Pauvre Lyre”. Dies Irae, Tantum Ergo e o Magnificat, hinos latinos, também foram vertidos para o português por Alphonsus. Ao ser resgatado pelos modernistas, seus escritos sobreviveram graças a seus filhos, que publicaram postumamente alguns dos livros mais importantes da poesia brasileira.