Mulheres que correm com os lobos

Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés foi uma das primeiras leituras que terminei neste ano. O conhecimento profundo sobre algumas histórias, lendas e contos de fada aliados a sua análise e interpretação de viés junguiano é sem dúvida um dos méritos dessa obra.

A obra é um repositório de pistas e revelações sobre o mistério da psiquê feminina. Sua escrita fluida e clara fazem dele uma leitura muito agradável que oferece insights sobre a trajetória de individuação da mulher. Possibilidades e saídas para o desenvolvimento feminino em uma cultura hostil também são abordadas pelo livro.

Um pouco prolixo e repetitivo, o que na minha opinião é falha de edição e não da autora, o livro às vezes carrega um pouco no tom de autoajuda, mas é uma escolha gratificante.

Indico a leitura para além de seu público alvo, especialmente escritores que podem utilizá-lo como auxílio na composição de boas personagens femininas, valendo-se dos marcos narrativos tão bem explorados pela pensadora.

Estés é notável não só pela pesquisa acadêmica, mas também pela convivência profunda na cultura das cantadoras e pela intimidade com a poesia que, mesmo num livro de não ficção, se deixa mostrar de maneira natural e amena.